Sentimentos Falados ou Escritos

 

Por Camila de Oliveira!

Sempre tive dificuldade para entender por que algumas pessoas têm bloqueio para falar de seus próprios sentimentos, sejam eles quais forem, por quem ou sobre o que. Nunca consegui imaginar viver a vida sem expor sentimentos.

Há tempos tenho bem claro pra mim o quanto nossa trajetória por aqui é curtinha e imprevisível para deixarmos para depois (ou para um dia que nunca chegará, sabemos) dizer o que se passa dentro de nós. Até consigo concordar que nem todos à nossa volta merecem ou estão preparados para lidar com o que vem de nós, mas acho também que isto é uma questão deles. Não dá para calar nossas verdades pelos outros. Ouço pessoas próximas a mim contarem que, por exemplo, vão à terapia, pagam para serem ajudadas em qualquer que seja o âmbito da vida, e simplesmente mentem ou sonegam informações do profissional… Mas como assim???? Penso (e às vezes digo mesmo)… O propósito de estar ali não é cuidar de si? Evoluir? Resolver questões? Enfim…

E por que cargas d’água você não fala toda a verdade? Elas me dizem que simplesmente não conseguem falar. Algumas negam tanto alguns fatos para si mesmas que não têm nem a clareza necessária para expor o que sentem sobre eles. Mas outras sabem exatamente onde se encontra o “X” da questão e encobrem só para sair dali sentindo-se confortáveis consigo próprias. Acho bem esquisito, confesso, mas respeito. No fundo nasce em mim um genuíno interesse em ajudar de alguma maneira, de fazer algo para que passem a se sentir em paz com seus sentimentos (sejam eles quais forem) para que eles possam se tornar do mundo. Mas sei bem que isto é muito individual e tem que estar em cada um, nascer de dentro para fora mesmo e não o contrário.

Sigo então não acreditando apenas, mas tendo a mais absoluta convicção de que é preciso dizer o que carregamos em nosso coração… Enquanto  há tempo, enquanto há vida, enquanto há esperança… Pois pra mim, claramente, não basta sentir, é preciso viver o que se sente e para isto ser real de fato, o mundo, o outro, quem quer que seja, precisa saber, ler ou ouvir, mas saber!