Benefícios X Malefícios do café

CAFÉ, uma bebida de sabor e aroma inigualáveis… O que tem a nos oferecer de bom? E quando consumido em excesso, será que pode trazer algum malefício?
Potássio, zinco, magnésio, ferro e diversos outros minerais estão presentes no grão do café, embora em pequenas quantidades. Aminoácidos, proteínas, lipídeos, além de açúcares e polissacarídeos, que também o compõem. Mas nem todas estas substâncias permanecem nas mesmas quantidades quando o café passa pelo processo de torrefação. Alguns deles chegam até ser destruídos por completo se os grãos são torrados excessivamente, o que ocorre, em especial, com os lipídeos, aminoácidos e açúcares, enquanto a concentração da cafeína aumenta.
A torrefação é a grande responsável pelo fato da bebida ser pouco calórica, uma boa notícia para quem está preocupado com quilinhos extras!
O café é uma importante fonte de antioxidantes e contribui de forma expressiva na ingestão de polifenóis e flavonóides, sendo os principais: ácido caféico, ácido cumárico, ácido ferrúlio e ácido clorogênico. Tem a capacidade de elevar os níveis de antioxidantes do plasma e mantê-los em alta por até 2 horas após seu consumo. Isso porque apresenta um score de ação antioxidante maior que o chá verde, o chá preto e o cacau. Estes antioxidantes podem inibir a inflamação e assim reduzir o risco de doenças cardiovasculares, em especial nas mulheres que passam por alterações hormonais expressivas, como na fase da menopausa.
Embora seja o componente mais conhecido do café, a cafeína constitui apenas uma parte de sua composição total, cerca de 0,8 a 2,5% em cada grão. Desempenha importantes efeitos no metabolismo e nas reações orgânicas, sendo capaz de estimular o sistema nervoso central e o músculo cardíaco; promover aumento da diurese, relaxamento da musculatura lisa e melhora do fluxo sanguíneo. Por antagonizar os efeitos da adenosina, neurotransmissor que favorece o sono, a cafeína mantém o estado de alerta e, em pequenas doses, proporciona sensação de bem estar, disposição e ânimo.
O ácido clorogênico é importante para as características sensoriais do café, como sabor e aroma. Sua fração absorvível exerce ação protetora e antioxidante sobre o coração, inibindo a oxidação de moléculas de LDL, o chamado colesterol ruim, que apresenta relação direta com doenças cardiovasculares. O ácido clorogênico, por si só, tem efeito sobre os níveis orgânicos de homocisteína, marcador relacionado ao risco de doenças cardiovasculares. Ele tem potencial para aumentar os níveis de homocisteína, mas devido à grande concentração de outros importantes antioxidantes presentes no café, este efeito acaba sendo neutralizado e sua ação final resume-se em prevenção e controle de alterações cardíacas.
A inclusão do café na rotina alimentar favorece o desempenho cognitivo, estimulando a memória de curto e longo prazo, pela ação de sues ácidos em receptores cerebrais dopaminérgicos.
É ainda fonte de vitaminas do complexo B, em especial a niacina, que é formada pela desmetilação da trigonelina durante o processo de torrefação dos grãos. A niacina ou vitamina B3, aumenta a capacidade oxidativa do músculo esquelético e favorece a oxidação das gorduras, por estimular a liberação de hormônios lipolíticos como a epinefrina e a corticoesterona, que auxiliam na quebra de gordura.
O café não tem boa reputação nas dietas Low Carb pelo seu potencial em aumentar significativamente os níveis de açúcar no sangue e insulina. A questão, na verdade, é um pouco mais ampla. Um recente estudo finlandês publicado no Hormone and Metabolic Research Journal, mostra uma relação inversa do café e a elevação dos níveis de insulina e/ou outros marcadores da glicemia, demonstrando que a bebida pode reduzir os riscos de diabetes tipo II. Entretanto, a quantidade e a concentração da cafeína devem ser consideradas nessa relação. O ácido clorogênico reduz a velocidade de liberação do açúcar na corrente sanguínea após as refeições. A cafeína, por sua vez, contraria este efeito. Assim, a melhor opção para indivíduos com diabetes, hiperglicemia, hiperinsulinemia e/ou resistência à insulina, é o café descafeinado! Este, tem efeito pronunciado na melhora da tolerância à glicose e, consequentemente, é capaz de proteger seus consumidores habituais contra o diabetes tipo II.
O pequeno aumento nos níveis glicêmicos promovido pelo café comum, com cafeína, é no entanto, bem vindo para praticantes de atividade física, que necessitam de açúcar como combustível para a biodinâmica adequada dos músculos. Essa é a razão pela qual o café é considerado um ergogênico, melhorando a performance. Além disso, o efeito lipolítico do exercício pode ser potencializado com o consumo de café.
Mas antes de brindar todos os benefícios listados, é preciso encontrar a medida certa! Como sempre…, ter moderação! O café em excesso, pode trazer efeitos indesejáveis como a insônia, ansiedade, alterações do ritmo cardíaco, problemas digestivos no caso de pessoas que apresentam quadros de gastrite e/ou úlcera, por estimular a acidez gástrica. E um outro detalhe, o cafezinho tão comum após o almoço pode prejudicar a absorção de algumas vitaminas e minerais, como por exemplo o ferro, ácido fólico, cálcio… Então deixe para degustar o bom e velho café pelo menos 30 minutos após as grandes refeições!

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