FELIZ com a chegada dessa empresa canadense aqui no Brasil; nos trazendo a Cannabis Medicinal que eu só conseguia no exterior; o que de certa forma, limitava o suporte adequado aos meus pacientes com Parkinson, autismo e dor crônica.
A Hemp Flex tem o cuidado de fazer a extração dos BIO.ativos em estado supercrítico de dióxido de carbono (CO2), eliminando todo e qualquer componente químico residual e assim alcançando alto grau de pureza; concentração “padrão ouro” de CBD {com níveis limitados de THC – até 0,3%} e outros importantíssimos fitocanabinoides capazes de atuar na modulação da cognição.
O Sistema endocanabinoide no corpo humano é integrado tanto pelos endocanabinoides em si quanto pelos receptores CB1 e CB2, que se encontram na superfície celular de muitos órgãos e vias metabólicas e se integram para harmonizar especialmente nossa imunidade, perfil hormonal e cognitivo. #MedicinaIntegrativa
Fico bastante satisfeita em saber que agora os caminhos serão menos tortuosos para intervenção precoce em meu anseio de alterar os prognósticos, melhorando a funcionalidade e a qualidade de vida nos casos de transtorno do espectro autista.
A terapia adjuvante com CBD apresenta resultados incríveis no follow-up em 6 meses após o início do acompanhamento clínico com melhora significativa nos episódios de convulsões, agressividade e inquietação; além de otimizar o sono, propiciar o bom humor e a concentração. Assim, muitos medicamentos do tratamento convencional {ANTI psicóticos| epiléticos| depressivos & ansiolíticos} podem ter a posologia reduzida ou mesmo ser suspensos.
Vou deixar aqui, alguns importantes estudos sobre o uso de canabinoides como coadjuvante no tratamento das desordens associadas ao autismo para quem se interessar em mais detalhes.
Cannabidiol as a Suggested Candidate for Treatment of Autism Spectrum disorder – Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry; Elsevier.
Published online: March 2019.
Real Life Experience of Medical Cannabis Treatment in Autism: Analysis of Safety and Efficacy – Raphael Mechoulam. Scientific Reports; Revista Nature.
Published online: 17 January 2019.
Mais um; sobre CBD & Ansiedade…
Cannabidiol presents an inverted U-shaped dose-response curve in a simulated public speaking test – Dr. José Alexandre Crippa. Scientific Reports; Brazilian Psychiatric Association.
Publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria; 2018.
Em relação à dor crônica, os canabinoides não devem substituir as terapias de primeira linha e existe significativo potencial de interação negativa entre os medicamentos de suporte básico. Entretanto, quando a administração é bem planejada e individualizada, a cannabis pode garantir a redução de 30 a 50% no nível de percepção e intensidade da dor. Pesquisas prospectivas mostram que em pacientes diabéticos com dor neuropática, 44% descontinuaram o uso de opioides depois de iniciar o tratamento com CBD. Para este tipo de dor, a neuropática, os CBMs {cannabis-based medicines} podem ser considerados como uma terapia à terceira linha. Em casos excepcionais, para dor crônica não neuropática e não oncológica, CBMs podem ter inclusão em testes terapêuticos individuais se todos os tratamentos estabelecidos tiverem sido falhos; após análises cuidadosas e avaliações multidisciplinares. Já nos quadros de fibromialgia, o sistema endocanabinoide tem importante função na regulação de muitos processos fisiológicos como humor, funções endócrinas, resposta imune e inflamatória, apetite, resposta ao stress e controle cardiovascular.
Häuser at al., 2018 – European Pain Federation position paper on appropriate use of cannabis-based medicines and medical cannabis for chronic pain management.
Guidance for the use of medicinal cannabis in the treatment of chronic non-cancer pain in Australia. December, 2017.
Tanto o CBD como o THC têm potencial de desacelerar a progressão da doença de Parkinson, ao oferecer efeitos neuroprotetores. Eles são capazes de suprimir a excitotoxicidade, a ativação glial e o dano oxidativo que causa a degeneração dos neurônios liberadores de dopamina. Além disso, melhoram a função mitocondrial da célula e ativação da remoção de detritos celulares, encorajando a saúde neuronal. O THC, em especial, ajuda no tratamento do Parkinson ao prevenir os danos causados por radicais livres e ativar receptores que estimulam a formação de novas mitocôndrias. Pacientes tratados com a cannabis podem se beneficiar ainda com uma redução substancial e imediata dos eventos relacionados a distúrbios comportamentais do sono REM. O uso de tais bioativos figura como uma opção de tratamento mais eficaz que massagem, arteterapia, musicoterapia, relaxamento e alguns nutracêuticos via ortomolecular.
Lotan, I., Treves, T.A., Roditi, Y., and Djaldetti, R. (2014, March-April). Cannabis treatment for motor and non-motor symptoms of Parkinson disease: an open-label observational study. Clinical Neuropharmacology.
Shohet, A., Khlebtovsky, A., Roizen, N., Roditi, Y., and Djaldetti, R. (2016, October 10). Effect of medical cannabis on thermal quantitative measurements of pain in patients with Parkinson’s disease. European Journal of Pain.
Zeissler, M.L., Eastwood, J., McCorry, K., Hanemann, C.O., Zajicek, J.P., and Carrol, C.B. (2016, July 19). Delta-9-tetrahydrocannabinol protects against MPP+ toxicity in SH-SY5Y cells by restoring proteins involved in mitochondrial biogenesis. Oncotarget.
Pouco tenho experiência, mas o CBD é promissor no tratamento adjuvante das crianças com Síndrome de Dravet, pois é capaz de promover uma redução de até 38% nas crises convulsivas mensais durante o tratamento, segundo estudos publicados no The New England Journal of Medicine.
A Síndrome de Dravet é uma doença rara, progressiva e incapacitante que se manifesta no primeiro ano de vida; é conhecida como a epilepsia genética da infância. O uso da cannabis melhora significativamente as crises epilépticas refratárias também em jovens adultos, ainda que a sonolência e o aumento das transaminases hepáticas possam ser observados como “side effects”. Na verdade, não propriamente como efeito colateral, mas sim como efeito de interação medicamentosa com outras drogas antiepilépticas em uso.
Trial of Cannabidiol for Drug-Resistant Seizures in the Dravet Syndrome; Orrin Devinsky M.D. et al., May 25, 2017 – The New England Journal of Medicine.
A cannabis medicinal apresenta muitos outros potenciais já em avaliação pela comunidade médica e científica, com ótimos níveis de evidência; além dos que citei. Obesidade, transtorno do stress pós traumático (PTSD), neuropatia sensorial associada ao HIV, síndrome de Tourette, esclerose múltipla e Alzheimer, são alguns contextos patológicos de resultados promissores.