O complexo de bactérias {o corpo humano é colonizado dez vezes mais por bactérias do que por células} que vive no trato digestivo, aproximadamente 100 trilhões, é denominado microbiota intestinal, imprescindível à nossa vitalidade positiva, já que nos beneficiamos em inúmeros aspectos…
O principal deles é a recuperação de energia a partir da fermentação de carboidratos não digeríveis, as fibras, e subsequente absorção de ácidos graxos de cadeia curta {butirato, acetato e propionato} As bactérias intestinais, também desempenham um papel importante na síntese de vitaminas do complexo B e da vitamina K, bem como dos ácidos biliares. São responsáveis pelos movimentos peristálticos do intestino, pela defesa contra microrganismos patogênicos e integridade da mucosa intestinal, além de necessárias para o desenvolvimento adequado do sistema imunológico com formação do tecido linfoide e produção de imunoglobulinas A.
Com mais de três milhões de genes, as espécies mais abundantes pertencem aos filos Bacteroidetes e Firmicutes, que representam até 90% de todas as bactérias do intestino.
Muito comum no meio científico é a denominação do intestino como o “Segundo Cérebro”. Isso porque neste incrível órgão se encontram milhões de neurônios e uma infinidade de neurotransmissores, especialmente a dopamina e a serotonina {mais precisamente 50% de toda a dopamina e 90% da serotonina presentes no organismo} É justamente em função desse complexo sistema neuronal, por intermédio do nervo vago, que a saúde do intestino influencia diretamente questões comportamentais e/ou emocionais rotineiras. O Sistema Nervoso Entérico, como é conhecido tal complexo neuronal, pode ser percebido em todo o abdômen, desde o esôfago até a fase terminal do intestino. E é engano pensar que os neurônios localizados nessas regiões comandam somente a liberação de enzimas e suco gástrico envolvidos no processo digestivo. A questão é bem mais ampla; com a regulação de secreções hormonais responsáveis pelo estímulo da fome ou a sinalização da saciedade. E aquelas sensações de “borboletas na barriga”, náuseas, torpor… frente ao que é novo ou o que traz insegurança, raiva e gera stress? São também propiciadas pelo Sistema Nervoso Entérico, que secreta substâncias psicoativas com repercussões diversas no humor.
Um desequilíbrio na microbiota intestinal, com aumento ou diminuição de certa espécie, geralmente causado por uma dieta nutricionalmente desbalanceada, com baixa oferta de fitoquímicos e antioxidantes, excesso de gordura de má qualidade, carboidratos refinados, xenobióticos ou uso prolongado de antibióticos, pode levar à disbiose.
A disbiose por sua vez, promove o aumento da permeabilidade intestinal, fazendo com que a barreira mucosa perca sua seletividade, permitindo a passagem de partículas indevidas e macromoléculas para a corrente sanguínea. Dessa forma, são desencadeadas diversas doenças inflamatórias do intestino, entre elas câncer colorretal e Síndrome do Intestino Irritável, bem como a doença autoimune de Cronh, além de alterações extra intestinais como esteatose hepática não alcoólica, e as do trato respiratório, incluindo alergias e asma brônquica. Mesmo desordens psiquiátricas, como ansiedade, depressão e transtorno bipolar podem ter sua origem no desequilíbrio da microbiota; haja visto a essencialidade do Sistema Nervoso Entérico já descrito.
A disbiose também prejudica a absorção de vitaminas e promove inativação de enzimas digestivas, resultando em prejuízos à digestão e induzindo a fermentação com sintomas de inchaço, desconforto abdominal, sobrepeso, desnutrição, podendo inclusive desencadear doenças crônicas como Diabetes Melitus tipo II.
Por todos os motivos relatados se faz tão importante promover o equilíbrio da microbiota intestinal, seja com maior cuidado na ingestão alimentar diária ou por meio da administração de probióticos e/ou prebióticos, sempre em doses individualizadas, através da Nutrição Ortomolecular. O suporte nutricional do nosso “Segundo Cérebro” é um dos pilares para a melhor qualidade de vida e longevidade saudável!
Obrigado pelos artigos sobre o “segundo” Gostei muito.