Na verdade na verdade, são tantos os segredos para um bem viver longevo… estou sempre falando nisso. Mas quero mostrar agora uma bela descoberta no meio científico {que promete, muito}
É a wasabia japonica, uma planta típica do Japão, das Ilhas Sakhalin, pretencente à família das brássicas, a qual inclui também brócolis, repolho e couve flor, dentre outros vegetais. Ela é popularmente conhecida como raiz forte e seus potencias anti aging são incríveis.
Por ativar o fator de transcrição Nrf-2 ela é considerada o bioativo da PRÓ LONGEVIDADE!
O alto potencial detoxificante e quimiopreventivo da wasabia japonica pode ser atribuído ao conteúdo de isotiocianatos (ITCs). Tais substâncias estão entre os agentes quimiopreventivos mais eficazes conhecidos até então. Diferentes compostos pertencentes a esta classe de fitoativos foram testados contra uma ampla variedade de tipos de câncer, demonstrando resultados positivos e significantes contra os cânceres de pulmão, glândula mamária, esôfago, fígado, intestino delgado, cólon e bexiga. Estudos mecanicistas demostraram que esta atividade quimiopreventiva se deve em sua maior parte à modificação favorável do metabolismo de fase I e II de carcinogênicos, resultando no aumento da excreção e na desintoxicação de tais compostos; com consequente redução das interações destes com o nosso material genético nos diversos tecidos.
Numerosos estudos foram realizados para determinar o mecanismo pelo qual os isotiocinatos (ITCs) proporcionam suas atividades terapêuticas. Esses estudos demonstraram que os ITCs podem modular um grande número de alvos/ vias relacionadas com o aparecimento do câncer. Os ITCs da wasabia japonica são capazes de induzir as enzimas de fase II do processo de detoxificação e metabolismo de xenobióticos, inibindo o Fator de Transcrição Nuclear Kappa Beta (NF-kβ) e promovendo então a migração de macrófagos para o fortalecimento imunológico, dentre outras vias epigenéticas e; por fim, ativando o Nrf-2.
Claramente, os ITCs oferecem uma abordagem terapêutica nova e muito importante para lidar com o câncer, abrangendo da prevenção ao tratamento. Além das propriedades quimiopreventivas anti tumorais dos ITCs e da atividade apoptótica {capacidade de promover a morte celular programada} seletiva contra a maioria dos tipos de células cancerosas, os ITCs também possuem outras propriedades biológicas.
Tenho lido bastante sobre a ação neuroprotetora de tais compostos, o que os torna essenciais na abordagem preventiva e terapêutica dos distúrbios relacionados ao sistema nervoso central. As alterações neurodegenerativas como a doença de Alzheimer, Parkinson ou Hunginton, juntamente com esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica ou lesão cerebral isquêmica, são um grupo heterogêneo de doenças cuja patogênese tem sido relacionada fortemente ao estresse oxidativo. Por essa razão, os efeitos benéficos são atribuídos aos ITCs, graças à sua capacidade de ativar a via Nrf-2/ ARE, agindo consequentemente, como potentes antioxidantes.
À exemplo dos demais genes modulados através dos fitoativos da wasabia japonica no processo detoxificante e antioxidante, pesquisadores foram também capazes de ilustrar em diferentes experimentos, o potencial antiobesidade, MULTIFATORIAL, proporcionado por esta mesma capacidade moduladora. No modelo experimental mais recente, YAMASAKI, M. e col avaliaram os efeitos protetores da wasabia japonica em dietas com alta densidade energética. A suplementação em doses individualizadas com bioativos da wasabia japonica, foi responsável por um menor ganho ponderal em comparação ao grupo animal controle, com concomitante redução significativa do peso hepático (20%) e área dos adipócitos (10%); resultado mais que sugestivo para o potencial ANTI esteatose hepática da raiz forte. O mecanismo de ação proposto pela investigação consistiu no incremento da expressão do receptor nuclear do tipo PPARα e supressão dos níveis de PPARγ e SREBP-1c no fígado; todos importantes reguladores transcricionais do metabolismo hepático dos lipídeos. O aumento do PPARα associado a diminuição SREBP-1c é capaz de reduzir a biossíntese de triglicerídeos e seu consequente acúmulo no fígado. Em paralelo, o dowregulation de genes como o FAS e ACC1 observados nos experimentos, potencializa a ação oferecida pela wasabia japonica contra a esteatose.
Esses dados corroboraram os anteriormente observados por OGAWA, T. e col., que em avaliação in vitro foram capazes de constatar o potencial da wasabia japonica em reduzir a acumulação de triglicerídeos em adipócitos, e alguns dos respectivos marcadores genéticos da adipogênese (PPARγ, C/EBPα) de maneira DOSE DEPENDENTE. Acrescentando, que a espécie revelou diminuir a diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos maduros, delimitando assim um importante efeito da raiz forte sobre a terapêutica da obesidade e resistência insulínica.
O fígado é o principal órgão de atividade detoxificante; responsável por identificar, metabolizar, e ajudar na eliminação de xenobióticos {substâncias estranhas ao organismo} considerados nocivos. A indução epigenética das enzimas responsáveis por estas ações como glutationa S-transferase (GST) foi sistematicamente observada através da ação dos ITCs da wasabia japonica. Seus fitoativos demonstraram ser capazes de auxiliar a conversão da forma oxidada – glutationa dissulfeto (GSSG) em sua forma reduzida – GSH, utilizada como co.fator no processo de neutralização do peróxido de hidrogênio (H2O2), um dos mais devastadores radicais livres, pela glutationa peroxidase (GPx) e no metabolismo de substâncias nocivas em conjunto com a própria GST. A soma destas ações leva a uma redução global do estresse oxidativo e das concentrações de toxicidades.
Especialmente o isotiocianato 6-HITC (6-methylsulfinylhexyl isothiocyanate) é rapidamente absorvido, alcançando o pico máximo plasmático em apenas 30 minutos. Em comparação com o sulforafano do brócolis, este fitoativo tem se mostrado incrivelmente mais potente na indução de enzimas hepáticas DETOXIFICANTES, como a quinona redutase e NAD (P) H:quinona aceptora oxidoredutase 1 (NQO1), além da já mencionada GST.
Se não bastasse, a via reguladora Keap1 – Nrf2 desempenha ainda um importante papel sobre a coordenação adequada do sistema imune. Muitos estudos em modelos orgânicos vivos observaram que a deficiência em Nrf2, com consequente redução na síntese de glutationa levando à exacerbação das vias inflamatórias, foi capaz agravar e/ou aumentar o risco de desenvolver uma ampla variedade de doenças autoimunes, incluindo lúpus, esclerose múltipla, anemia hemolítica, artrite reumatoide e muitas outras.
Sim, sei que a linguagem que usei aqui não é nada fácil… a nutrigenômica é complexa mesmo. Vou deixar uma rápida descrição das estruturas genômicas na tentativa de facilitar o entendimento sobre esse meu textinho rs O que verdadeiramente importa é saber que encontramos na raiz forte uma riqueza incomparável de compostos bioativos para a tal Revolução da Longevidade!
PPAR α: gene hepático de beta oxidação lipídica.
PPAR γ: gene hepático de síntese de lipídeos e acumulação de triglicerídeos nos hepatócitos.
SREBP – 1c: gene responsável pela síntese de lipídeos e acumulação de triglicerídeos nas células do fígado.
ACC1: gene hepático relacionado à síntese de ácidos graxos de cadeia longa.
FAS: gene também associado à síntese de ácidos graxos de cadeia longa no fígado.
HMGR: gene hepático para síntese de colesterol.
ADIPONECTINA: gene do tecido adiposo branco com ação sobre o metabolismo lipídico, melhora da sensibilidade à insulina + ação anti aterogênica, anti inflamatória e cardioprotetora.
LEPTINA: gene associado à ingestão alimentar; aos estímulos orexígenos e anorexígenos, da fome e saciedade.
PPAR γ: gene do tecido adiposo branco correlacionado à síntese de lipídeos e ao estoque de triglicerídeos nos hepatócitos.
C/EBP α: gene do tecido adiposo branco com ação de síntese de lipídeos e acúmulo de triglicerídeos nas células do fígado.
Acox 1: gene do tecido adiposo branco responsável pela oxidação de ácidos graxos nos adipócitos {ou seja, pela queima de gordura}
Ah só um detalhe beeem importante: apesar dessas orientações gerais que deixo aqui no site em forma de artigos, posts ou #News serem sempre muito bem vindas, elas têm caráter puramente informativo e não terapêutico!
Minha prática clínica é totalmente individualizada; o que é BOM para alguém, pode ser totalmente inadequado ao alcance da vitalidade positiva para outrem. À exemplo nesse assunto da wasabia japonica, aparentemente milagrosa e inofensiva, sua prescrição pode causar grande descompensação metabólica em pessoas que apresentam hipotireoidismo subclínico ou qualquer unbalance da glândula tireóide. Aquele ditado que “de médico e louco todo mundo tem um pouco” traduz uma triste realidade em relação à superficialidade de conhecimento cientifico de muitos profissionais e à auto medicação dos leigos…
Não canso de dizer; o BEM VIVER é incompatível com os atalhos {que costumeira e aparentemente nos atraem} ao longo do percurso.