A infertilidade vem crescendo exponencialmente no mundo inteiro. Ela afeta um a cada seis casais em idade reprodutiva, estando um a cada três associado somente às questões femininas. Em alguns pouquíssimos casos a infertilidade não tem tratamento, mas na grande maioria, fatores relacionados ao estilo de vida, em especial à alimentação, são capazes de potencializar vias hormonais com efeitos benéficos aos casais.
Distúrbios do sistema reprodutivo, tanto feminino como masculino, têm causas multifatoriais, dentre elas, destaca-se a qualidade de vida no geral, considerando questões relativas ao sedentarismo, contaminantes ambientais e alimentares e ainda, ao perfil genético. Nutrientes e bioativos têm papel fundamental nessa multifatoriedade, podendo alterar a programação metabólica de ambos os sexos e favorecer todas as etapas do processo que envolve a gestação.
Otimizar a composição corporal é de extrema importância, uma vez que o tecido adiposo tem alta concentração de aromatase, uma enzima que quando em excesso no organismo, reduz os níveis de testosterona biodisponivel. E esse desequilíbrio hormonal pode atrapalhar tanto na libido como nas diversas fases fisiológicas envolvidas na fertilização, especialmente na ovulação. Manter o percentual de gordura e a massa magra em níveis ótimos é essencial.
Manter uma rotina de sono saudável também ajuda bastante, pois muitos hormônios são secretados durante estágios específicos do sono, então é preciso passar por todos eles. Mas para estabelecer essa tal rotina, deve-se como sempre, considerar a individualidade, pois o que pode ser saudável para um, não necessariamente o será para todos!
Gerenciar o stress é prioridade quando se pretende potencializar a fertilidade. O dia a dia agitado, com inúmeras cobranças profissionais e sociais faz elevar de forma abrupta o cortisol. Essa alta concentração de cortisol interfere negativamente nos níveis de testosterona e assim, secundariamente, na satisfação sexual. Deixar um bom espaço na agenda para encontrar os amigos, caminhar ao ar livre, dançar ou espairecer de qualquer outra forma é bem importante. Para muitos, a prescrição ortomolecular com ativos gabaérgicos e outros de ação sobre o sistema nervoso central se faz necessária até que consigam esse gerenciamento do stress por conta própria.
Em relação aos nutrientes em potencial quando o assunto é fertilidade, a vitamina D assume a liderança. Ela não só é capaz de aumentar a concentração e a atividade dos hormônios sexuais, como também melhora a permeabilidade das membranas, facilitando a fecundação. Muitas vezes é necessário suplementar esse neuro hormônio, denominado erroneamente de vitamina, por alguns meses para o sucesso do tratamento. A vitamina C e o ácido lipóico, como dois dos melhores anti oxidantes existentes, devem ser ofertadas em concentrações adequadas para combater a inflamação crônica gerada pela agressão dos radicais livres. Com foco inflamatório, o organismo tem dificuldade em manter suas funções metabólicas em condições ideais e a fertilidade fica então comprometida. Além disso, diversos estudos vêm mostrando o papel da vitamina C sobre o aumento na contagem total de espermatozoides, bem como no grau de motilidade; ao mesmo tempo em que reduz os danos ao DNA e as deformidades anatômicas destas células. O zinco é o mineral que exerce maior influência sobre os sistemas reprodutivos masculino e feminino, estimulando a maturação e a liberação dos óvulos e espermatozoides na pré concepção. Tem forte atuação também no sistema imune, que por sua vez precisa estar em perfeitas condições para facilitar a fecundação. A deficiência de ácido fólico é fator limitante à fertilização; portanto, o planejamento alimentar dos casais deve contemplar boas fontes dessa vitamina, bem como daquelas com ação sinérgica.
Já no mérito dos bioativos, o ácido D-Aspártico se destaca como indutor da síntese endógena dos hormônios sexuais, por vias diversas. Deve ser utilizado em jejum para que sua ação seja 100% efetiva. O TribullusTerrestris tem ação mais local e não tanto a nível central, estimulando a libido e fornecendo mais energia e disposição aos casais por estimular também a mitocondriogênese. Outra substância de efeitos benéficos é o Fenugreek, com ação semelhante ao tribullus. Detalhe que somente o extrato padronizado do fenugreek estimula tais funções biológicas; a raiz em si, bem como o chá, não é capaz de incitar o metabolismo da mesma forma. O fitoterápico de mais ampla ação no quesito fertilidade é a Ashwagandha, com potencial benéfico sobre a libido, níveis de testosterona e saúde dos espermatozoides. Por fim, a Maca Peruana, raiz nativa dos Andes que melhora o desempenho sexual, ainda que não tenha ação sobre a síntese endógena de hormônios sexuais.
É fundamental o aconselhamento estratégico em relação à ingestão de álcool e consumo de soja, que podem levar à drástica redução de sinalizadores específicos e que desempenham importante papel na fertilidade.
Os detalhes são muitos e por isso o acompanhamento mais de perto dos casais que pretendem aumentar a família é fundamental, para que possamos evoluir a cada etapa do processo.
É promoção da qualidade de vida no TODO para o alcance de um objetivo maior em uma das infinitas PARTES!
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